terça-feira, 21 de maio de 2024

                            quem nos resgata a esperança  

de que as mãos são equilibradas guardiãs ?



Percorrido o caminho

a meio desta ponte medieval

continua a ser difícil atravessar o medo.

Na boca a cegueira das palavras

que encharcam de sangue o olhar em frente.

Enquanto o vento nos sacode os ossos em desassombro

o rosto

tingido da última claridade

transfigura-se

quando pressente o bisturi

tangente ao coração.


Foto: Murakami

7 comentários:

Graça Pires disse...

Atravessar o medo. Ultrapassar a cegueira das palavras. Tentar resgatar a esperança. Ajustar as mãos à dor como uma absolvição, uma prece, para encontrar a paz que o coração reclama. Tão reflexivo, tão ao teu jeito minha querida Luísa. É bom, muito bom ler-te.
Desejo que estejas bem.
Sente o meu abraço.

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Oi. Seu blog é muito bonito e seus versos inspiradores. Bju

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...


O medo que nos atrofia a mente.
A esperança que se tornou vã.
A dor que doi e não mata o medo.
Muito reflexivo e muito bom, como sempre.
Um beijo
:)

Jaime Portela disse...

São várias as pontes que temos de atravessar e que surgem com alguma frequência.
O medo é apenas uma delas. Mas o medo, em pequenas doses, é saudável e previdente, porque nos obriga a avaliar os riscos de modo a ultrapassarmos os perigos.
Excelente poema, gostei imenso.
Tenha uma ótima semana.
Beijinhos.

Fá menor disse...

Muito bom!

Cada vez mais nos será difícil atravessar os medos, quando eles se atravessam no nosso caminho ou nos atravessam a nós...
Mas não nos podemos deixar sucumbir. Cultivemos sempre a Esperança.

Gostei daqui, :)

Beijinhos.

Lucimar da Silva Moreira disse...

O medo nos faz parar isso é uma coisa que todos nós sentimos, muito bonito os versos, desejo uma ótima semana bjs.

Luis Eme disse...

Olá Poeta!