Se soubesses mãe
como as aves esvoaçam aos domingos!
De quem é esta pele que me
cobre os anos
de onde este vento que
sopra a ocidente
esta lonjura que segura a
minha mão?
O sol nascente na moldura
a preto e branco
como os teus olhos
que me acompanham a
vigília
me encorajam os lábios do
dia
despidos de gramática.
É salgada a saliva sobre
as coisas
quando a ausência nos
funde de silêncio.
Esta herança legitimamente minha
antiquíssima
como a célula que reclama
o seu domínio
é polpa madura
matéria invisível
que retém a luz dos fragmentos
como se ainda me
amanhecesses
uma alegria sobrevivente
numa persistente e
demorada rota maternal.
foto: Andrea Kiss
6 comentários:
Li e reli.
Encantado.
Porque o poema é soberbo.
Parabéns pelo talento, pela excelência poética que as suas palavras revelam.
Boa semana.
Beijinhos.
Muy lindo poema. Me gusto mucho. Te mando un beso Enamorada de las letras
Como se ainda me amanhecesses.
Cada palavra a revelar aqui toda a sensibilidade e talento que recebeste como dom por saberes que as aves esvoaçam ao domingo dentro dos teus olhos. Tão belo que comove.
Tudo de bom para ti minha amiga Luísa.
Um beijo enorme.
Cada vez fico mais deslumbrada com a tua maneira de escrever poesia.
Consegue sempre me surpreender pela positiva.
Um poema a enaltecer a Mãe, mas tão belo, tão belo, que até me comove.
A imagem da Andrea Kiss, foi uma boa escolha.
Boa semana com muita saúde e harmonia.
Um beijo
:)
Gostei de reler este excelente poema.
Tenha uma ótima semana.
Beijo.
Um lindo poema que toca no coração, Maré desejo um ótimo final de semana pra você bjs.
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