“e há palavras que são fogo e são
raiz”
não tenho estrelas
nem o ofício do esplendor
apenas o gesto.
da geometria
a esboçar um coração antiquíssimo
trago-te a infância pulsante de
uma rosa.
não há sombra que suspenda o movimento
nem sede que esmague a matéria que
rendilha a sua forma.
ouve-lhe a rebentação marítima
a evocação dos barcos
diante de nós
a palavra deslaça o lábio sangrante
o alarme da dor dos náufragos
acende as lágrimas, alpendre do ultimo sono.
eramos crentes
ignorantes do medo contra o
coração.
ainda não sabíamos que o relógio lunar
avança o inverno impetuosamente
e , habitantes de um texto obscuro
deslizamos silenciosos para a noite amotinada.
pressinto-te o rosto e um coração de pássaro.
e tanto mar no precipício do gesto.
tela; istvan sandorfi
5 comentários:
A palavra desenlaça e entrelaça, e nada se pressente a não ser o Outro.
que bom chegares com a maré e com as estrelas.
abraço
que as noites se amotinem - em madrugadas de luminosas...
belíssimo. o poema!
beijo
Que boa surpresa teres voltado. E voltaste com um poema que se encova no meu coração por ser tão belo.
Tens estrelas, sim, no teu olhar e quero que me ofereças "a infância pulsante de uma rosa"...
Um imenso beijo.
Percorri a sua poesia e achei interessante as datas.
13 de Abril.
Chega a estar um ano sem publicar e volta sempre nessa data. Interessante, datas, palavras e imagens.
Obrigado.
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