talvez devesse lamber o medo que chega com a tarde
quando as gaivotas voam em círculos de delírio
sobre o esboço do meu corpo em abandono.
um pouco tonta, a voz que estala sem algemas
não pede razões para a angústia de viver
a solidão de um nome aberto à luz do quase.
e quase sempre é logro
e quase sempre é tarde.
entre o mar e a cidade, refém de uma qualquer probabilidade
adormeço as formas da sombra no movimento imperfeito das ruas
arquivo o grito das aves na demanda de um silêncio que unifique a noite.
venho do longe. de um rio de rosas brancas cansadas de lucidez.
ft: lilya corneli
17 comentários:
um rio de rosas brancas aberto à luz do quase...
imagens de sublime beleza, minha amiga...
que mais dizer?
um abraço!
*
tão intenso, tão poema, tão belo.
(gostei muito mesmo)
beijos Maré
Talvez a lucidez canse por demasiada solidão...
Muito bom o poema!
Beijo :)
Essa imagem de arquivar os gritos...é sublime.
também eu ,minha querida ,venho de longe e tarde..........
mas venho
sempre
e
deixo
.
um beijo
( um pouco triste porque a brevidade do tempo não me permite ficar ...... a ler.te ......... apenas )
Gostei muito. Um abraço.
vens de longe, sim. na urgência da palavra Palavra poética - que jorra cristalina a pura.
belíssimo
beijos
Muito belo o seu poema. E como não sou de palavras, apenas fica um esboço do meu gostar.
Z.
Abres à luz a tua solidão e tentas esconder as sombras como "rosas brancas cansadas de lucidez". Dirão que és louca por não resistires à espessura das sombras que se movem sob os teus pés... Quase... "e quase sempre é logro
e quase sempre é tarde."
Tão belo, Maré. Um grande beijo.
muito belo!
beijo L.
mjq
Maré, acredito que a lucidez cansa... e as tuas palavra estão pejadas de lucidez... e de beleza.
Um beijinho
Lucidez só não cansa quando se lê
o que nos desafias a ler
e se nos perdermos
construimos uma ponte
para não ferir as águas
Bj
querida amiga, foi um grande prazer reencontrar-te e agradeço a mensagem que me fez saber-te bem. até breve*
Um texto lindo, com um ritmo quase lento.
Metáforas maravilhosas, exº
"a solidão de um nome aberto à luz do quase.
e quase sempre é logro
e quase sempre é tarde."
voltei ,apenas ,para deixar
.
um beijo
e aprender
( sempre )
nadei num aveludado rio de pétalas onde as tuas palavras eram a fluidez das águas
beijos
há sempre
um nome
que as marés
sussurram
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