pouso no silêncio
como uma árvore de outono
finjo adormecer o coração
no susto da noite
as palavras são dedos insurrectos
dentro do nosso exílio
reduzo-me à pronúncia
de um dialecto mudo sobre o mundo
na nudez inocente
é tão lento o instante de um pássaro
com odor de fêmea!
foto: katia ch e a. araujo
25 comentários:
Na inocência dos silêncios
tudo deve ser lento
Bjs
[é na palavra suave, quase áspera de desperta, que se atormentam os sentidos, como nela descansam]
um imenso abraço
Leonardo B.
por que será que as palavras começam a levantar voo e parecem querer sobrevoar-nos numa quase-omnipotência vocabular? penso que se passa o mesmo com as tuas palavras que sobem e alcançam longe...
bjs
pouso no teu olhar
como ave migratória
chegada de longa viagem
no silêncio da noite
afago os teus dedos
de onde fluem as palavras
aquieto-me quando
te moves em direcção a mim
é tão lento o teu passo
tão distante o teu abraço
que nem o cio se abre em mim!
Beijo, Maré
(desculpa esta 'variação')...
despes
o
silêncio
*bom-fim-de
semana*
Lindo este poema. Esplêndido o manejar da palavra.
Bjs
Pousados no silêncio somos eco de nós próprios...
Beijo Maré, sempre submerso, tanta é a ternura...
as tuas palavras surgem com tanta suavidade...
talvez seja por "pousares" no silêncio...
bjs Maré
O silêncio...
e as palavras
pairam
sorrateiramente!
Beijos
inssurectos dedos das palavras. maculando o silêncio. como murmúrio. no odor de fêmea...
belíssimo. sempre
beijos
Imagino o canto maternal das baleias
Como doce e sentida balada
Imagino um beijo na procura
De uma fugidia criatura amada
Um domador de ventos e tempestades
Uma viagem de aventuras repleta
Serei eu um herói de comédia de enganos?
Ou apenas um pobre e louco poeta
Doce beijo
este é um dos siLêncios mais belos...
tao....
beijo.
em silêncio, embalo
lenta no teu silêncio,
instante de pássaro
na lonjura dos dias.
tão belo, Maré!
beijo grande :)
pois...
(sinto-me ridícula nos meus comentários aos teus poemas, mas se me permites a legítima defesa, quero argumentar que a culpa é tua!)
beijinhos*
Oiço música
sonho... beijo!
em cada manhã sem dia
no susto da noite
mesmo se a penumbra é cor!
Bjos...
AL
querida Y
ressuscito uma língua de asas a cortar o vento.
conjugo-me marginal à noite. ancoro-me em jasmim perfilada à majestade das estrelas mais maduras e faço-me risco.traço livre de nocturna trança que lhe deixo à porta. moldura de afecto. de verbos.
_____e beijos.
Maré................
obrigada. muito.
beijo.
Nas asas do vento, trouxe-te um poema:
"As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas...."
Eugénio de Andrade
Adorei visitar-te e de sentir as tuas palavras. Estás de parabéns pelos momentos únicos.
Bj
Luis
muito bem e em silencio me quedo.
um beij
As fêmeas são pássaros com asas de culpa e de inocência. Querem voar bem alto para perderem a sombra...
Um poema excelente, minha querida amiga. Um grande beijo.
Da leveza do silêncio sobre o verbo.
um beijo maré.
a irresistível poesia de uma maré de espanto.....que ,diariamente ,me espanta quando aqui chego
mais um belíssimo poema ,L
.
um beijo
Gostava de ter sido eu a escrever este teu poema. Penso que qualquer autor que o leia sentirá o mesmo, aliás.
Magnífico, querida amiga. Dou-te os meus sinceros parabéns por esta pérola poética.
Boa semana, beijos.
O silêncio que -sempre- escreves tão bem...
Um beijo
vim reler.
uma boa semana!
beij
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