entre dois passos
dividimos a sombra
sob o tronco da noite
vagabundos de nós
regressamos do medo
para o princípio do mundo.
profanadas mãos:
um coágulo queimado
pretérita luz
sedada no estertor do frémito.
que nome dar à febre das rosas
quando a terra se esteriliza sob as unhas?
foto: rattus e celio abreu
28 comentários:
...que nome dar à sombra do ventre
nas mãos? Poesia pura.absoluta.
Um beijo, Maré (ainda) de espanto :)
"entre dois passos
dividimos a sombra
sob o tronco da noite"
Muito bonito.
L.B.
palavras que transbordam poesia pura e envolvente.
beij
[duas entradas pode ter um caminho, se não se procurar uma saída, sobretudo tapete de retrocesso]
um imenso abraço
Leonardo B.
Quero, pois. Já o tenho.
:)
(Por vezes somos cegos aos sinais das sombras)
é um dilema, mais um.
mas pelo menos regressamos do medo e dividimos a sombra...
bjs Maré
querida Y
se pudéssemos ser mais, muito mais que um estremecimento. mais que um vestido bordado na extensão da névoa. um lugar aveludado onde a luz é cama semântica. e seriamos canto .canto gregoriano sem falhas fonéticas. e seriamos muito.
mais que cárcere. que a duna é um estremecer de areias no picanço de ventos. saliente lugar e haste de espinhos.
pudéssemos nós atravessar a cidade com pássaros nos ombros e subtrair às perguntas o rosto que nos sua o medo. para incendiar o rosto inenarrável do frio.
beijo imensíssimo
Existem à flor dos mares coisas imensas que não precisam de nome...
Beijo, Maré, igualmente terno!
que nome dar à febre de te ler?
terra fecunda. a chuva a cumprir a natureza.
Beijo, Maré.
Palavras na sombra dum poema magnífico!
Um beijo
Chris
chamar-lhe-ia poema se o belo tivesse nome...
beijo maré.
Vagabundos de nós
à pergunta
de outras flores
Bjs
Que nome dar à claridade quando tudo é sombra?
Belíssimo, Maré.
Profanadas as mãos
na pretérita luz,
as súplicas esvoaçam,
os ecos se tornam palpáveis
na procura de um nome
para a febre das rosas...
Abraço...
AL
Na sombra de todos os medos...as entranhas das tuas mãos de poesia!
Grata pelo momento!
beijo
a febre da escrita feita pomar do paraíso.
isso sim. a dois passos a mil passos de saber dizer. como a Maré diz.
alto.
______________e beijo.a________.
para a L ( Maré de Espanto maior )
foi tão bom ,tão bonito o nosso encontro no Porto .se o ler.te já era ,para mim ,um en canto ,conhecer.te foi uma doçura ,menina bonita .obrigada pela deslocação - Aveiro // Porto - obrigada pelas palavras .obrigada pela partilha .obrigada pela amizade
.
um beijo
que tal dar-lhe o nome da ternura? :) um beijinho, maré*
Porque gostava de dizer aqui uma coisa bonita mas não sei, digo
gostei.
de seda
o trono
da noite
*fica bem
Maré*
Que nome dar às rosas? Que nome dar às palavras sem sombra abertas a toda a luz e a todo o espanto?
Um beijo enorme, Maré.
"febre das rosas". tão belo - (re)invenção da palavra poética!
poema de antologia!
beijo
Parabéns pelas belíssimas imagens poéticas que criaste neste magnífico poema.
Bom fim de semana, querida amiga.
Um beijo.
hoje o nome é rosário. de prece. de beleza retanta.
.
beijo Maré Alta. sempre.
e sim. podemos.
com o mundo da sua sensibilidade.fascinante!
Maré de Espanto…
meu deslumbramento!
o primeiro passo
para o encantamento das
sombras que partilhamos…
enquanto delírios de rosas
nos perseguem os sonhos…
lugar onde tudo o que é febril desperta
no entardecer exaltado dos corpos…
cântico que arrepia a luz que nos envolve…
enquanto o segundo passo se inicia…
e as mãos… colhem com firmeza
tão bela poesia!!!
essa tão inspirada inquietação…
…incendeia tudo que não somos ainda… possibilita o atravessamento, sem medo, das “cidades com pássaros nos ombros”… liberta as emoções vibrantes que esvoaçam no peito… provoca a erupção da poesia incandescente que trazemos dentro: lava que solidifica nas encostas íngremes do poema… como palavras que afloram à crosta vulcânica do verbo…
seríamos muito mais do que isso… se pudéssemos vomitar estrelas… ou apenas num sopro, dar vida às nuvens… moldar montanhas como se os nosso dedos tivessem a força das marés que nos trouxeram até aqui… e seríamos muito mais do que isso… se não morressem também os nossos sonhos…
Enviar um comentário