"Plus je vieillis et plus je croîs en ignorance,
plus j’ai vécu, moins je possède et moins je règne.
Tout ce que j’ai, c’est un espace tour à tour
enneigé ou brillant, mais jamais habité."
apreendo devagar a morfologia do tempo
se o destino das palavras não alimenta
qualquer rio.
ao
olhar devolve-se-me uma dor estendida
uma paisagem vertebrada que espreita o lugar
definitivo dos barcos.
sobranceira às minhas mãos, uma ferida
vertiginosamente doce
oculta a censura dos dias. dias que se
esvaziam como rios sem nome
sem véspera
de sol no anúncio de um rosto.
por vezes, o silvo de um comboio transgride o real tempo do mundo
ilude, por momentos, a imaterial razão das
coisas
e então és tu, como se fosses uma pátria absoluta a procurar-me o rosto.
e então és tu, como se fosses uma pátria absoluta a procurar-me o rosto.
e por um instante, o impossível lugar onde existir: o movimento das águas.
de que rios falaríamos? em que língua nos beijávamos?
cedo ao erro o calendário das interrogações e
esvazio o corpo habitado de um instante :
nada transpõe a metamorfose das estações.
hei-de
somar à noite esta metade de sossego que se permite ao esquecimento.
Tela;
valeriy skrypka
11 comentários:
olá, Maré,
gostei que regressaste, mesmo que seja "ilusão"...
beijos
Que bom teres voltado...
E com um poema muito forte e muito belo, bem à tua maneira.É para ler e reler. É para nos questionarmos por que motivo não há um livro teu publicado...
Um grande beijo, minha querida amiga.
Esta dor tem um passo lento, uma cadência... que dói e que lembra tanto de mim: " hei-de somar à noite esta metade de sossego que se permite ao esquecimento.", diz-me tanto.
Muito obrigado pela partilha.
Estou alegre por encontrar blogs como o seu, ao ler algumas coisas,
reparei que tem aqui um bom blog, feito com carinho,
Posso dizer que gostei do que li e desde já quero dar-lhe os parabéns,
decerto que virei aqui mais vezes.
Sou António Batalha.
Que lhe deseja muitas felicidade e saúde em toda a sua casa.
PS.Se desejar visite O Peregrino E Servo, e se o desejar
siga, mas só se gostar, eu vou retribuir seguindo também o seu.
Um belo poema que aprecei muito!
Beijinhos!
Aprendes devagar por sempre foste, és e serás sempre uma burra do caraças, tu, e todas as mulas que conheces...
é curioso como a cobardia anda sempre de mão dada com o anonimato...
ah, um conselho: aprenda a ler.
Passei por aqui. E foi bom ler-te, ao fim de tanto tempo.
Beijinho, Maré.
não só nasci
entre
rios
igarapés
e mar
respirei
maresia
trazida
d'outros mares
... e o cheiro da lama do mangue, prenhe de vida.
Vida
é o que encontro nos teus versos.
sinto-me feliz por
reler-te.
o e.terno
retorno
das águas
*votos de um 2014
inspirado(r)*
Existe algo que se desprende de ti
suspiros que não seguras
metaplasias que largam lastro
em almas alheias
devia olhar-te
na ausencia das palavras!
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