segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011




libertas, as palavras surgem como lírios negros.


talvez devesse lamber o medo que chega com a tarde

quando as gaivotas voam em círculos de delírio

sobre o esboço do meu corpo em abandono.



um pouco tonta, a voz que estala sem algemas

não pede razões para a angústia de viver

a solidão de um nome aberto à luz do quase.

e quase sempre é logro

e quase sempre é tarde.


entre o mar e a cidade, refém de uma qualquer probabilidade

adormeço as formas da sombra no movimento imperfeito das ruas

arquivo o grito das aves na demanda de um silêncio que unifique a noite.


venho do longe. de um rio de rosas brancas cansadas de lucidez.



ft: lilya corneli

17 comentários:

Anónimo disse...

um rio de rosas brancas aberto à luz do quase...

imagens de sublime beleza, minha amiga...

que mais dizer?

um abraço!

*

Luis Eme disse...

tão intenso, tão poema, tão belo.


(gostei muito mesmo)

beijos Maré

AC disse...

Talvez a lucidez canse por demasiada solidão...
Muito bom o poema!

Beijo :)

António R. disse...

Essa imagem de arquivar os gritos...é sublime.

Gabriela Rocha Martins disse...

também eu ,minha querida ,venho de longe e tarde..........
mas venho
sempre

e
deixo

.
um beijo
( um pouco triste porque a brevidade do tempo não me permite ficar ...... a ler.te ......... apenas )

Unknown disse...

Gostei muito. Um abraço.

Manuel Veiga disse...

vens de longe, sim. na urgência da palavra Palavra poética - que jorra cristalina a pura.

belíssimo
beijos

Anónimo disse...

Muito belo o seu poema. E como não sou de palavras, apenas fica um esboço do meu gostar.
Z.

Graça Pires disse...

Abres à luz a tua solidão e tentas esconder as sombras como "rosas brancas cansadas de lucidez". Dirão que és louca por não resistires à espessura das sombras que se movem sob os teus pés... Quase... "e quase sempre é logro
e quase sempre é tarde."
Tão belo, Maré. Um grande beijo.

Anónimo disse...

muito belo!




beijo L.




mjq

Virgínia do Carmo disse...

Maré, acredito que a lucidez cansa... e as tuas palavra estão pejadas de lucidez... e de beleza.

Um beijinho

Mar Arável disse...

Lucidez só não cansa quando se lê
o que nos desafias a ler

e se nos perdermos
construimos uma ponte
para não ferir as águas

Bj

Anónimo disse...

querida amiga, foi um grande prazer reencontrar-te e agradeço a mensagem que me fez saber-te bem. até breve*

Jaime A. disse...

Um texto lindo, com um ritmo quase lento.
Metáforas maravilhosas, exº
"a solidão de um nome aberto à luz do quase.

e quase sempre é logro

e quase sempre é tarde."

Gabriela Rocha Martins disse...

voltei ,apenas ,para deixar




.
um beijo


e aprender
( sempre )

pin gente disse...

nadei num aveludado rio de pétalas onde as tuas palavras eram a fluidez das águas


beijos

lupuscanissignatus disse...

há sempre

um nome

que as marés

sussurram