Ouço-te na quietude da noite...quase te toco, nas sílabas de uma voz sobrevivente !
quinta-feira, 3 de junho de 2010
todas as noites restituo ao silêncio as rosas do teu corpo:
nenhuma estrela acende esta casa tão alta
onde escondemos palavras envergonhadas
em lençóis de solidão.
saímos vulneráveis e nus
para os ombros da luz com o choro das aves nocturnas
a revelar as mãos retalhadas da sua imobilidade.
envelhecemos, quase sempre, na perturbação comum dos pássaros
quando as memórias do pólen os confunde.
à porta - no estilhaço da claridade
a voz cai, estranhamente nítida
quando o corpo se dobra à origem da palavra
e nos perguntam : - porque morrem as rosas?
ft: paulo s.
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25 comentários:
em todas as noites
os lencois - de linho
ardem no fogo
do aroma dos nardos
-espalhados-
no que ficou
da tua presença
todas as noites as estrelas
iluminam
o espaço que ficou
tiritando de frio
mesmo quando é verão.
(parabéns maré por mais este poema belissimo, como sempre )
beij
sim: porque morrem as rosas?
eu sei envelhecem, tão rápido...
mas a memória, o cheiro ficam.
bjs Maré
mas, minha querida, nas tuas mãos, as rosas nascem :) um beijinho de muitos beijinhos e até breve. vou ter saudades de vir aqui... *****
Instantes de um movimento que se soçobra a si mesmo entre o distinto em ser-se, gesto único e eloquente, e o indistinto em tudo ser, caos ou lugar na intemporalidade da latência de todos gestos
O de singular muito belo, numa rosa ou numa música ou em outra coisa qualquer, é magnífico e extraordinariamente muito nosso. Teremos que permanentemente reacender esse encontro com as coisas que nos provocam estes instantes originais para poder deslumbrarmos a nós próprios nesses encontros.
Assim também é com a palavra, antes de se relevar a si própria, pode ser simplesmente um som, uma imagem ou gesto sem mais.
Por aqui o reencontro com a palavra percorre a delicada espessura de gestos de uma especial e bonita interioridade.
todos os dias me invade o silêncio da tua ausência
todas as noites procuro um som onde reconheça a tua voz
tenho as mãos calejadas de tanto te procurar e
o ventre seco e
o olhar baço e
os lábios cheios de sede. de ti.
porque corre o rio tão longe
e a terra continua seca?
Beijo, Maré.
porque as deixamos morrer?!
pétala a pétala,
a rosas morrem, numa morte anunciada.
no último suspiro
afago-lhe as pétalas entre os dedos
e sinto nelas o veludo da tua pele.
um beijo, maré
luísa
És, Maré, um desses seres desassossegados
por quem encantado me inspiro algumas vezes
é mágica a Primavera provocas… nas rochas
que fecundas e fazes florir… os abismos são lugares
onde se lançam, com enorme coragem,
os pensamentos poéticos que não conseguimos conter…
as coisas tomam a tonalidade prateada da
tua serena maré …
e agitam-se como bandos de pássaros migrando
pelo teu olhar Inquiridor…
obrigado Maré
abraços e beijos
És, Maré, um desses seres desassossegados
por quem encantado me inspiro algumas vezes
é mágica a Primavera que provocas… nas rochas
que fecundas e fazes florir… os abismos são lugares
onde se lançam, com enorme coragem,
os pensamentos poéticos que não conseguimos conter…
as coisas tomam a tonalidade prateada da
tua serena maré …
e agitam-se como bandos de pássaros migrando
pelo teu olhar Inquiridor…
obrigado Maré
abraços e beijos
apetece-me dançar.linda maré
.
deixo-te um beijo trazido pela nortada :)
as Rosas morrem como todos nós
mas as rosas antes de morrerem
podem ser devolvidas
aos jardins
Bjs tantos
um corpo cultivado com o silêncio das rosas é um jardim nunca envelhecido.
um abraço maré.
Há o morrer, e há o renascer...
(lindo, lindo...)
Beijos
maceração das pétalas. em licor dos dias. e da memória...
poema enorme. belíssimo
beijo
o sopro
das
pétalas
*uma óptima
semana*
Li, pétala a pétala. o teu poema.
As rosas vão desfolhando o silêncio com que fazes o poema e dizes do amor o júbilo e a mágoa...
Um beijo minha querida amiga, miúda.
laous
que redentor olhar.
como se fora o Olimpo!
Todos os dias acordo com uma esperança renovada...
A de que voltes a dar-me aquele teu conhecido abraço quente e forte...
Todas a noites acabam com um efeito de solidão em que os lençois sentem a tua falta...
Tanta, como as minhas mãos sentem a falta das pequenas "flores" e carinhos que me davas...
Mas como disseste... ele há dias assim... e este amor, ainda que ao meu lado constantemente, está irremediávelmente longe... mesmo quando se encontram sobre os mesmos lençois...
Força.
tão belo poema a dizer solidão, a anunciar morte do amor. porque morrem as rosas? porque morre o amor? por falta de cultivo, rega diária, medo da luz, da nitidez do outro e de si mesmo,... e murcha(m)
jinhos, Maré
não desfolhes as rosas,
traz teus ombros nus
para que a luminosa valsa
te leve e traga,
sê paciente,
não avances pelo caminho
não sem antes
ofereceres pétalas
às pedras que te acompanham...
As rosas podem morrer, mas não morre a excelência da tua poesia.
Querida amiga, a cada canto, o meu espanto... gosto cada vez mais do que escreves.
Beijos.
Talvez as rosas morram porque os pássaros se despediram da magia que outrora as encantou. Partiram em busca do nada que está para além de tudo. Despediram-se das palavras com que antes se exprimiam. Hoje, vagueiam sós por uma solidão onde não há rosas, nem pétalas, nem perfume...
Um beijo, Maré!
AL
.....e ,porque morremos nós?
.
um beijo
Para poder renascer...
Com palavras ditas assim, qualquer movimento adquire um significado profundo.
Eis a arte da poesia!
Bjs
as rosas ñ morrem!
bonito poema:)
beijo ria
__
Luana
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