segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010




a água treme na boca do vento.
do silêncio do mar
extraio o essencial:
a molécula flutuante onde desabam revelações.

a pressentir o morro dos pulsos
a memória contrabandeia-se de palavras.
vertiginosa
mente.

recolhe-se-me a rebentação do corpo.
para que nada perdure
na marginal luz
do que se ousa segurar nos dedos:
a breve ardência de uma voz consumida de luas.


foto: iva e roger spock

26 comentários:

Luis Eme disse...

que coisa mais linda...

beijos Maré

Maria disse...

Tocante. Demais. e lindo...

Beijo, Maré

Isabel disse...

como se fora um rosário......


e


sempre sempre a beleza!



beijo Maré Alta.

VFS disse...

veste d'águas,
verbo ardente,

coração!

todo o ser que sucumbe
abraça o incomensurável em amor.

boca trémula,
lábios em ardor.

no suspiro que se desfaz em flor.

beijos

Vicente

© Maria Manuel disse...

entre as revelações do mar e as revelações vertiginosas da memória, o corpo... e não consigo dizer mais, o poema é demasiado belo, demasiado rico de imagens, como sempre, fico deslumbrada a ler-te.

beijo grande.

lupuscanissignatus disse...

fluorescente

coral


[vital
âncora]



*obrigado
pela maresia*

Mié disse...

...e é o essencial que importa extrair da rebentação das marés. sempre antigas e sempre novas.


Um beijo

JOTA ENE ✔ disse...

ººº
Bonitas palavras...

Vim conhecer o teu espaço agradecendo o teu comentário

Carpe Diem

Virgínia do Carmo disse...

Revelações que desabam também podem libertar...

Um mar de serenidade para ti, Maré...

Beijinhos

lobices disse...

...poesia pura

Arábica disse...

No não silêncio das palavras
vais revelando a pulso, o pulso...
Sem contrabando algum.

Um beijo, Maré.

Licínia Quitério disse...

Sensível e luminoso. Flutuante, vertiginoso. Muito.

Um beijo.

A.S. disse...

Onde o gesto começa
e a força rompe, há
a brancura do silêncio
que ondula.
Erguem-se as palavras
flutuantes!
Embate de corpos,
planicie de ondas,
rolar de seios,
vozes que sopram.
Harmonias que se dilaceram
no vértice de uma voz
consumida de luas...


Beijos...
AL

Manuel Veiga disse...

como beijo de espuma. na ardência dos dedos...

muito belo.

beijo

maria josé quintela disse...

belíssimo este essencial retirado do silêncio do mar!




beijo maré.

O Profeta disse...

Chove bem no meio do mar
São de fogo as manhãs na ilha
A seda púrpura é lençol de amantes
Os olhos roubam a virtude à maravilha

Enchi a taça com absinto
Ergui o braço, toquei uma nuvem carmim
Ensaiei um passo de dança 
Senti que os pássaros riam de mim

Senti o resto da geada em descalços pés
Calei minha viola de dois corações
Deixei entrar no peito o tamborilar de perdidas gotas
Senti o sabor sal das minhas emoções


Convido-te a partilhar a outra metade


Mágico beijo

Mika disse...

Outra maré em que me deixo ficar no sempre estado de espanto ao ler-te.
Abraço

Miguel

Mar Arável disse...

Aqui me deito

e me ergo

respiro

Bjs tantos

isabel mendes ferreira disse...

(bom dia __________memória!)


beijo.

Anónimo disse...

creio que esta ardência não será tão breve, pois as chamas das palavras levantam-se mais alto do que o papel ou tela onde são lidas. um beijinho grande, maré.

Nilson Barcelli disse...

Querida amiga, gostava de ter sido eu a escrever este poema.
Parabéns, é soberbo. Gosto do estilo.
Boa semana, beijos.

APC disse...

e do silêncio resulta a rebentação e espumas brancas.
beijo, maré.

Pedro Branco disse...

Mostro-te o silêncio apenas porque o rio é um reflexo que me ofusca nos teus versos, hoje.

Graça Pires disse...

"a memória contrabandeia-se de palavras"
As que dizemos. As que dissemos. As que ficaram por dizer.
As que nos ficam no coração. Como as tuas.
Um beijo grande.

Luis Ferreira disse...

Lindo... e tocante, muito bom mesmo.

Nas tuas palavras mergulhei

Estás de parabéns

Luis

Anónimo disse...

querida maré, a surpresa e o gesto ficarão na minha memória. bem hajas! um grande beijinho.