Ouço-te na quietude da noite...quase te toco, nas sílabas de uma voz sobrevivente !
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
esculpo a sede: nenhum desígnio será a falência de um astro.
a vertebrar uma rosa tardia sob o corpo
há a distância inconfidente
desde o princípio do espanto
ao arquejo final de uma ave no país das chuvas.
há quem me diga que nascemos fora dos sonhos
e toda a largura do corpo
é o vazio integral onde nenhuma estrela pousa.
digo-lhes que ao corpo de uma lua
reserva-se a projecção das árvores e a multiplicação da luz.
o tempo
é uma fronteira improvável para deter as águas.
haverá sempre uma seiva de maré inconsentida
a redimir a sede: uma fonte nascendo
na jugular do silêncio.
foto: luís gonzaga batista
e jorge coelho
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30 comentários:
há...
e é...
e haverá sempre a poesia para nos matar a sede...
beijos Maré
No entanto, neste corpo que é teu e que nos dás a ler, nascem estrelas brilhantes na noite sempre que te leio... pelo menos eu vejo-as...
Beijo, Maré
Gostei muito do que aqui vi e li. Parabéns pelo blog e pelas palavras.
Votos de um excelente 2010
Luis
multiplico-me.
em milhares de silêncios que aqui são recriações de lume.
esplêndida Maré.
beijo.
"desde o princípio do espanto" que vens esculpindo a sede com as palavras que vêm das fontes do silêncio...
Belíssimo o teu poema!
Um beijo imenso.
um poema esculpido com as palavras que fazem a boa poesia que aqui vais partilhando.
parabéns!
um beij
deslumbrante. como a voragem dos limites.
... a esculpir marés. nas margens do silêncio.
belíssimo.
Dizer sempre belo é tão pouco
Na verdade não conheço fronteiras
intransponíveis
muito menos desde que te leio
e ganham outra dimenção
todas as marés
Bjs tantos
do «espanto» ao «arquejo final»,
«haverá sempre uma seiva de maré inconsentida
a redimir a sede: uma fonte nascendo
na jugular do silêncio.»
não sei que dizer! isto é lindíssimo! tu és verdadeiramente POETA!
que nunca se detenha esta maré.
um beijo.
eu não sei fazer comentários bonitos como os teus, mas apesar da simplicidade das minhas palavras, crê-me quando digo que gosto muito de te ler. do início ao fim do poema, sinto-me erguer num voo que cada vez sobe mais alto, o que é maravilhoso... um grande beijinho.
a Alice tem razão!!!!!
beijo.a Maré Alta!
A tua sede não perturba
o sabor dos versos!
Tão pouco impede a multiplicação da luz!
Há uma fonte nascendo
sobre a poeira mais seca,
que dá vida ao cantil
que se derrama em água esculpida de sede
como se fosse a seiva de uma maré
inconsentida!
Beijos...
AL
torrencial
~~~~~~~~
corrente
~~~~~~~~
*beijo*
Tudo o que se vive é sempre o momento ... a saciar.
belo!
Acredito que se existe a sede, existe a fonte...
Beijinho grande, Maré...
...e a palavra se tornou poesia na poesia das palavras...
Sempre tão bela a tua poesia
nua, a romper o silêncio!
Beijinhos, bom fim de semana, Maré.
Tudo sobre sexo, não se preocupe, é um blog com finalidades 100% contrutivas, sexo saudável é lá mesmo. Perguntas, dúvidas, questionamentos, críticas, ainda bem que existe o post anônimo, aproveite. Dê uma conferida, o blog está bem legal, vocÊ vai gostar. Afinal de contas quem não gosta de saber e falar sobre sexo?
www.sexwm.blogspot.com
bom dia!!!!!!!!!
y.
"há quem me diga que nascemos fora dos sonhos" ...
... para nele mergulharmos quando poesia
.
um beijo
Este teu poema é soberbo.
Gostava de ter sido eu a escrevê-lo, querida amiga.
Estás em maré enchente...
Boa semana, beijos.
querida Y
“o tempo é pétala”
e espólio. locatário de vastíssimas águas. e bilro de raízes onde emparedamos a corrente. ou não fosse o olhar o lugar onde a seda é combustível do corpo. e lume. intermediário de espaços imponderáveis onde tocamos a terra. às vezes um tapete insensato. outras um desarme de vento.
“o tempo é pétala”
para que a noite seja flor de múltiplas direcções.
terno beijo Y.
Gaby.
deixo-lhe um beijo
e um abraço tocados de sal
rendo-me. a esta pétala.
(obrigada. muito.)
_________________beijo.
uma fonte, uma semente... as marés
ditando o ritmo
alimentando e matando
o silêncio
as palavras
os versos?!
depois que voam
nada os detêm
singram os mares
superfícies e regiões abissais
(quem diria
tão grandes, profundos
... nascidos de minúsculas lágrimas
de tudo quanto vive)
deixo um abraço fraterno
"uma fonte nascendo na jugular do silêncio" "a redimir a sede". É esse o ofício que cumpre a tua Poesia.
A minha amiração e um beijo.
(...)
uma perda menor,
um riso furtivo;
esculpo o tempo,
o grito rente
à vida;
uma ave grita,
num sonho gélido;
voltei, pois, às amarras,
no verbo que me segue
qual flecha ansiosa...
_________de Luisa Henriques_______:
“somos tão pouco”
ilúcidas sementes.
agudíssimo o pranto
metamorfose de um punho.
dividimos a ira em metástases rente ao corpo
confinados à repetição de emboscadas surdas.
fechamos os olhos para compreender o estremecimento do corpo.
___a voz dos deuses
é um ruído alucinante.
estamos longe e o peito acolhe o grito. pudéssemos cravar a lança de um outro destino...
__________________
somos. somos mesmo.
mas aqui tudo é MUITO!
____________________beijo Maré Alta.
Lindíssimo este poema! Gosto das tuas palavras...
bj.
teresa p.
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