segunda-feira, 2 de novembro de 2009




conduzo um diálogo de sombras
um louco mapa traçado de alegorias:
as mãos adormecidas como signos breves
a pele triste ao abandono do riso
e por fim o teu olhar ferido com a brandura da morte.
que força nos gravita para a memória do vazio?
cúmplice do abismo a tarde fere-me a carne
com o peso dos teus escolhos.
amarrada às raízes que me desertificam os olhos
a proximidade da noite é essa hora de ponta
onde o teu corpo me atinge.


ft : autor desconhecido / em baixo: marta ferreira

30 comentários:

APC disse...

corpo mendigo e olhos líquidos...

Lídia Borges disse...

Lindo!

Destaco:

"amarrada às raízes que me desertificam os olhos
a proximidade da noite é essa hora de ponta
onde o teu corpo me atinge."

L.B.

ausenda hilário disse...

O vazio dos corpos com que vestiste este poema...belo!

Beijo, Maré

Mar Arável disse...

Perfeita

a caminhar

tão profunda mente

nas águas

onde viajo

Bjs

Cristina Fernandes disse...

Raizes que nos amarram... o poema é sublime.
Parabéns
Chris

Luis Eme disse...

deixa esse mapa louco, esquecido em qualquer banco de jardim...

e sorri enquanto pisas a sombra das árvores, quase despidas.

bjs Maré

João Videira Santos disse...

Bonito...pena o autor ser desconhecido.

Maria disse...

Muito bonita essa proximidade da noite...

Abraço, de longe...

Graça Pires disse...

Somos cúmplices dos abismos porque a noite nos dá asas para pairar sobre eles sem temermos a morte.
Mais um belíssimo poema, Maré.
Um grande beijo.

isabel mendes ferreira disse...

magnifico diálogo!!!!!!!



de luz.


não sombrio!




abraço. M.

Gabriela Rocha Martins disse...

como se o tempo deixasse

lastros
noctívagos
em teu corpo


.
um beijo

lupuscanissignatus disse...

as abóbadas

que

sustentam


[o corpo
da
memória]



*beijo*

maria josé quintela disse...

"a proximidade da noite é essa hora de ponta onde o teu corpo me atinge."

belíssima imagem!



um beijo.

lobices disse...

...perfeito

© Maria Manuel disse...

mais um excelente poema, o vazio, a morte, a solidão, ditos numa linguagem de grande e belo lirismo.

beijos.

Nilson Barcelli disse...

Mais um excelente poema, onde as imagens poéticas são um verdadeiro festim para os sentidos.
Gostei muito querida amiga.
Bom fim de semana.
Beijos.

maré disse...

Y

albergue a porta que me é destino de pássaros. e faço-me peregrina. resgate de antónimos que pesam nos ombros dos dias. a ser planura
de um mundo mais celeste . ou umbral de silêncio. puro .quase divino. ou não fosse a crença uma prece . milagre e ideia que se (des) prende como essência . alimento de um corpo prestes a falir.


um beijo. rendilhado de algas

(o regresso a ser-me umbral)

maré disse...

Gaby

falta-me o chão...esse canto corpo que sustenta a palavra quando os dias se despenham cansados.

amanheço tentativas. goradas.

deixo um beijo, folha que se desprende a ser lastro

Virgínia do Carmo disse...

Muito intenso... deixei presos os olhos nos seus abismos por momentos...

Tens um dom...

Beijinho emocionado...

isabel mendes ferreira disse...

(bomdiamilagredetodososdias.bomdiaumbralquemesegura.


bom dia M de muito. onde a reencontro.

aqui lá e ali....:)


beijo. seguro.

O Profeta disse...

Não sei quem vence!
Não sei quem leva a melhor
Só sei que um sorriso teu
Fez desabrochar das pedra uma flor

Com ela teci um tapete
Engalanei a sombra dos teus passos
Escrevi um derradeiro pedido numa pétala
Rogando a infinita ternura dos teus abraços



Doce beijo

maré disse...

Isa

como é largo o chão. e maduro. tapete de rumores rupestres.
a ser diálogo resistente.
quele que enclavinha as mãos.

a minha estende-se-lhe. com o veludo de ternura desmedida.

.

beijo de boa noite. orvalhado

Pedro Branco disse...

Fosse o verso um silêncio
Um pequeno manto apenas
E talvez os meus gritos fossem passos...
Fosse a noite um leito
Um segredo perdido e vagabundo
E talvez adormecesse nos meus cansaços...
Fosse a faca em sangue
Uma fonte de mim poeta à solta
E talvez cantasse a tua solidão...
Fosse o amor urgente
Um labirinto ou um precipício
E talvez voltasse de novo ao meu coração...

isabel mendes ferreira disse...

Bom dia M. e se fôr para as bandas de F.Foz abraçar a G.P. leve tb o meu abraço.




sim?





beijo.

isabel mendes ferreira disse...

ah.....e



levo o que me deixou.....aqui. feliz.



:)


obrigada. M

maré disse...

Y

Sim, vou estar na Figueira da Foz, no abraço que espera há muito tempo.
A Graça é uma pessoa muito,muito especial para mim.

o meu abraço será multiplicado
com a soma do seu. e sei que ela o vai receber com muito afecto.

Só tenho pena de não a poder abraçar a si... inútil dizer-lhe porquê.
a empatia, a admiração, o afecto nasce dos olhos ou do coração?

" a exactidão das coisas é ambígua"

mas o coração é um céu invertido onde pousam os pássaros.

o beijo,imenso, deste coração muito mais que um simples orgão.

Arábica disse...

Maré,

não fossem as amarras,
não fossem as raízes...

Beijinhos, boa semana.

Isabel disse...

obrigada....por me levar à Graça....que conheço pessoalmente e que admiro como pessoa e como Poeta. Muito.


até. um dia. a norte.

beijo.

Gabriela Rocha Martins disse...

regresso ,em hora de ponta ,em demanda da noite que se aproxima ...


.
um beijo

Jaime A. disse...

imagens disparadas sobre a minha mente;
disciplno os olhos,
a pele retem-me...

na beira da estrada tus palavras arrastam-me