terça-feira, 8 de setembro de 2009



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demoro algum tempo. um pé à frente
outro indeciso
cautelosamente.
pensar o gesto
que me afastará o tempo do fogo
é adormecer a memória à luz das águas.
cúmplice, só a mera passagem embrionária
de uma brisa
ousará tocar-me as pálpebras.
em definitivo
há a incalculável matemática do luto das palavras
e um silêncio que cresce dentro de si mesmo.
nem sei se é preciso algum passo mais,
ou se a vigília de uma noite de lua cheia
bastará para explicar as penumbras de Setembro.


ft : judith tomaz

27 comentários:

Isabel disse...

do que nunca seja luto . antes pálpebra de brisa que seja cúmplice na passagem dos dias. em que aqui me rendo.




y.

tchi disse...

Setembro assim... na beleza e cuidado de cada gesto.

Gostei muito.


Beijinhos.

Maria disse...

Setembro a dois tempos. Para mim. Um de alegria tanta outro de luto. São assim os meses das nossas vidas...

Abraço.te

Isabel disse...

a.setembradamente aqui.



beijo.

Jaime A. disse...

o cálculo que explica as penumbras de Setembro,
a infidável maresia,
o silêncio ofegante,
as vigílias...


(inquietante e belo este teu poema; também caminho na indecisão, tantas vezes...)

Gabriela Rocha Martins disse...

setembro ,por aqui ,também se veste de silêncios

vigilantes



.
um beijo

maria josé quintela disse...

o silêncio e a penumbra não se explicam.


sentem-se assim. aqui.



um beijo.

lobices disse...

...e o setembro se silenciou dentro de si mesmo neste belo poema que a si próprio se superou...

Graça Pires disse...

O luto. O silêncio. A penumbra.
Setembro é um lugar calado...
Um bejo forte, Maré.

Nilson Barcelli disse...

"há a incalculável matemática do luto das palavras"
Isso acontece-nos... mas passa...
Querida amiga, o teu poema é magnífico. Parabéns.
Um beijo.

Mar Arável disse...

Uma janela aberta

por sobre as águas

e respirar

fundo

lupuscanissignatus disse...

silentes

águas


[as que brotam
do peito da noite]


*bom fim de semana*

antonior disse...

A penumbra é o espaço em que a letargia dormente estende a sua névoa sobre as intenções de vigília.
Setembro é o mês do equinócio (22) em que tudo é possível.

Beijinhos

maré disse...

Isa

a descansar o cansaço, é quase corpórea a asa da noite.rendida ao som de Chopin



um beijo

Henrique Dória disse...

É mais que evidente que Sócrates venceu, mas com clareza, o debate com a D. Ferreira Leite. Em termos futebolísticos, a Ferreira Leite levou, pelo menos, 4-1. E Sócrates venceu o debate precisamente no espaço em que ela se pretende afirmar como intocável: o do carácter. Sócrates demonstrou, à saciedade, que a Dona tem falta de carácter: ele é a história da Madeira, ele é o TGV, ele é a questão da reforma do ensino, ele são as SCUTS, onde as suas posições se alteram conforme as conveniências. Tudo isso uma demonstração de falta de carácter.



Pena é que Sócrates não tivesse aniquilado, como poderia ter feito, as propostas liberais da D.Ferreira Leite com um exemplo: o da Irlanda.



A Irlanda é o exemplo claro de como a baixa excessiva dos impostos pode ser trágica para um país: face a um momento de catástrofe económica nacional, em que o investimento privado paralisou, o Estado, porque não tem receitas devido aos baixos impostos que manteve, não tem capacidade para ajudar os cidadãos e a economia. E, pior, vê-se forçado a aumentar os impostos num momento em que os deveria diminuir para ajudar a economia.



O contrário disso é a Suécia, em que o elevado nível dos impostos permitiu manter a economia, nesta fase difícil, quase sem sobressaltos quando comparada com o resto da Europa.



Mas talvez Sócrates não quisesse dar esse exemplo para não desagradar aos senhores do dinheiro.



Outra questão já abordada no texto anterior do odisseus: a da liberdade de informação.

Os canais televisivos que comentaram o debate foram todos de um facciosismo escandaloso. Quer na SIC, quer na TVI, todos, MAS TODOS os comentadores eram do centro e da direita. E, por isso, ou deram como resultado um empate, ou até, PASME-SE, a vitória no debate à Dona Ferreira Leite.



Esta é a verdadeira liberdade de informação que a Dona defende.

Mas é também um modo de avaliação do seu carácter.



Um tipo que se diz Alta Autoridade para a Comunicação Social, e como tal está a ganhar o nosso dinheirinho, o que faz ele face a casos destes? Nada. O que fazem o PS e as outras forças de esquerda? Que se saiba, NADA.

© Maria Manuel disse...

as nossas «penumbras», que nos remetem ao silêncio.

gostei tanto do poema. um beijo.

mariabesuga disse...

Tens uma "oferta" esperando-te. Leva o sentido de gostar do seu "MARÉS DE ESPANTO".

http://mariabesuga-extras.blogspot.com/2009/09/selo-este-blogue-e-um-sonho.html

Beijinho
Boa semana

Nilson Barcelli disse...

Reli e ainda gostei mais.
Querida amiga, tem uma óptima semana.
Beijo.

Isabel disse...

e
Chopin pode ser sempre um a.setembrar da memória.




obrigada Maré.


beijoooooo.

Luis Eme disse...

demora o tempo que quiseres, a olhar a lua, mesmo que não esteja cheia...

bjs Maré

ausenda hilário disse...

Nem mais um passo precisarei...para dar sentido à beleza do teu poema!

Beijinho, Maré

vieira calado disse...

Muito bonito, este poema!

Gostei.

Bjs

José da Silva Martins disse...

Cara Maré, roubei-lhe um poema. Só espero que me desculpe.

Abraço.

isabel mendes ferreira disse...

pois foi querida Maré.....e está tao bem por lá...:)



beijooooooooooooooo!



.

piano.

Jaime A. disse...

volto aqui e sempre a este teu poema da (também) inquietude (do desassossego?).
Acho que enquanto este poema "abrir" este blogue, pararei para "deixar" algo...

maré disse...

não pude deixar de aparecer lá
na magestade das teclas, alvíssaras para o meu olhar


ainda que sejam 5,o1 horas e só a memória visual o transporte até ao sonho.


que me perdoem os outros
.
.
daqui a pouco acordarei com um canto de aves

.

um beijo, nocturno, mas rico de vagabundas estrelas

Gabriela Rocha Martins disse...

não resisti a regressar

ao teu

setembro



.
um beijo