Ouço-te na quietude da noite...quase te toco, nas sílabas de uma voz sobrevivente !
sexta-feira, 5 de junho de 2009
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recompostos de vento
surgimos do sinuoso obscurecimento.
trazemos uma matéria espessa colada às lágrimas
o embuste que embacia os lábios
e um rosto como um adeus
alongado pelo salitre do mundo.
pousamos o indecifrável nome das coisas
sequer a razão das fugas.
afinal quem fomos o que somos?
nós que um dia decidimos a trajectória dos passos pelos sinais do azul
obstinados no caminho onde os sussurros são mais cúmplices.
perseguimos a verdade de coisa nenhuma.
como companhia a incomensurável solidão das árvores
quando o sol se inclina com o peso das mãos cheias de febre.
quem somos se não sabemos regressar ao riso iluminado das crianças
à geografia de uma pátria que julgámos eterna?
recompostos de vento
surgimos para o lugar de nadas
as pálpebras cansadas de corpos invisíveis
até que a terra desperte de um doentio sono.
ft : kay holtmann
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8 comentários:
perseguimos a sombra...
bjs Maré
A miragem poderá ser o oásis na liturgia do caminho nesta vida.
Beijos.
PS: Que tema musical!
Somos nós o despertar da terra, Maré. E as verdades mutáveis, folhas de uma árvore que somos nós também.
Abraço.
somos um tudo nada mais de azul
saciada ,rendo.me
.
um beijo
Recomposta do vento decido também a trajectória dos passos pelos sinais do azul. Posso?
Um grande beijo.
a
re
composição
dos
búzios
Que se recomponha o vento
Bjs
Afinal quem fomos o que somos? Será essa a necessária reflexão...
mas a trajectória certamente será pelos sinais do azul... é esse o caminho a seguir!
Adorei ler-te nesta prosa poética, tao reflexiva!
Beijos
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